Goiás Interior - A notícia como ela é !
×
Miguel Patrício -

COM OS COTOVELOS

O cumprimento é um costume milenar extensivo aos povos do mundo inteiro. De uma forma ou de outra, as pessoas exprimem uma saudação de bom dia, boa tarde ou boa noite sempre que se encontram. Essas manifestações acontecem por meio de uma palavra, de um beijo na face, da inclinação do corpo, do meneio da cabeça ou do costumeiro aperto de mãos. Conta-se que este último modo surgiu na época em que o porte de armas era permitido e, quando alguém queria demonstrar que se encontrava desarmado, em determinado lugar, estendia as mãos revelando que estavam limpas. Portanto, o gesto significava um sinal de paz, de confiança entre os seres humanos.

Entretanto, justificando o ditado popular “Nada é para sempre”, hoje estamos próximos de uma mudança desse hábito. Se a gente erguer os olhos, é fácil perceber por aí algumas pessoas expressando as saudações tocando os cotovelos, já que o temor de contaminação pelo Coronavírus, a atual moléstia da humanidade, está impedindo que se estenda a mão ao semelhante. À primeira vista parece estranho ver as pessoas levantarem o braço de um dos lados e tocarem levemente os cotovelos, mas se o problema viral perdurar por mais algum tempo, esse jeito diferente se tornará normal e, assim, adotado em substituição ao anterior.

A sortida criatividade do povo brasileiro arranjou outra maneira que está sendo lançada para a saudação, mas parece que não vai prosperar: seria tocar a ponta ou o lado dos pés. Mesmo sendo um encontro leve, pode sujar ou até mesmo arranhar os calçados. Aí está o problema: ninguém gosta que isso aconteça principalmente as mulheres, que escolhem com esmero e pagam caro pelos sapatos que usam. Com razão, têm ciúmes deles. Assim, o toque dos cotovelos é a tendência para o caso nesse momento; é uma parte do corpo que normalmente está descoberta e quase sempre não serve para nada.

Torcemos que essa pandemia do Coronavírus passe logo para o bem de todos nós, mas se isso não acontecer, é provável que nossa maneira de cumprimentar os semelhantes seja realmente mudada. Aí, algumas pessoas, além de “falar pelos cotovelos”, vão cumprimentar com os cotovelos!

Edições Anteriores
Goiás Interior TV