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Produtores goianos participam de missão no Mercosul


Produtores goianos visitam uma fazenda durante Missão

Produtores goianos participam de missão no Mercosul

 

Durante uma semana, um grupo de produtores goianos participou da Missão Técnica Pecuária de Corte e Grãos a países do Mercosul, envolvendo produtores brasileiros, argentinos e uruguaios. As visitas técnicas com o objetivo de promover o intercâmbio entre os produtores aconteceram em órgãos governamentais, privados e fazendas argentinas e uruguaias.

Na argentina, os produtores do grupo goiano visitou o Ministério da Agricultora, onde foram recebidos pelo secretário da agricultura que relatou as dificuldades que os produtores locais estão enfrentando com as chamadas “retenciones”, que é a taxação dos produtos agrícolas que são exportados pelos agricultores. O governo argentino retém 15% do valor exportado de bovino, 23% o trigo, 20% o milho e 35% das exportações de soja, o que tem levado o setor a uma depressão, por falta de lucratividade.

A missão organizada pelo Sistema Faeg/Senar e Sebrae Goiás visitou duas fazendas produtoras de soja, milho e trigo, onde constataram que a maior partes dos produtores são arrendatários e cerca de 60% deles terceirizam os serviços de plantio, pulverização e colheita, sendo comum os “contratistas”, uma espécie de empresas que prestam esses serviços.

Em seguida, os goianos conheceram o Porto de Nueva Palmira, responsável por 70% das exportações uruguaia. Os goianos puderam perceber que a atenção do governo uruguaio aos produtores é maior do que do argentino, e o reflexo está nos investimentos em tecnologia feito pelos produtores agrícolas.

Em visita ao Ministério da Agricultura puderam conhecer que o planejamento do Governo Uruguaio é feito de acordo com a demanda dos produtores e foco na qualidade e exportações. Os produtores daquele país utilizam muito o sistema consorciado de lavoura com pastagem, integrando agricultura e rebanhos.

A missão goiana visitou o INIA, o instituto de pesquisa uruguaio equivalente a Embrapa, do Brasil. O INIA recebe 0,3% de todo o valor exportado pelos produtores uruguaios, além de subvenções governamentais e privadas para financiarem as pesquisas do setor.

Em Montevidéu, capital uruguaia, a missão goiana visitou a LATU, empresa responsável pela certificação dos produtos uruguaios que serão exportados. O que impressionou os produtores goianos é a desburocratização no vizinho, onde um produto é certificado em 10 ou 12 dias.

Brasileiros tem vantagens competitivas

Para o presidente do Sindicato Rural de Goiatuba, Paulo Henrique Garcia Cardoso, que também fez parte da missão coordenada pela FAEG, os produtores brasileiros possuem algumas vantagens em relação aos vizinhos. Todavia, ressalta que há detalhes já desenvolvido naqueles países que se implantados no país, dará mais competitividade aos produtos brasileiros.

Entre os pontos citados por Paulo Henrique, está a legislação trabalhista e sanitária que praticamente inibem a terceirização dos serviços. Também a burocracia é outro gargalo, onde a certificação de produtos para a exportação pode levar meses.

Paulo Henrique ressaltou ainda que após esta missão, ficou claro que o produtor brasileiro é o mais criativo e empreendedor do mundo e queixou que a situação do agronegócio só não está melhor por falta de foco e presença do governo federal junto aos produtores.

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