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Mulher no volante

Eu não gosto de injustiças e sempre que vejo uma delas não consigo me calar. Observe este caso: dizem que mulher dirige mal, não conhece as leis de trânsito e nem sabe o que é direita e esquerda. Chegam a falar que “mulher no volante é perigo constante”. Isso é uma maldade! Repudio o ditado e a mente que o construiu. Descrevo, a seguir, minha defesa.

Mulher dirige bem, pois tudo que ela faz é construído com atenção, carinho e sensibilidade. Conduz seu automóvel no rumo certo, com a velocidade escolhida para que haja tempo de um aceno, de um sorriso. Em seu trajeto, não há freadas bruscas, pois não existe a pressa costumeira. Seu jeito feminino de levar a vida na verdade contribui para humanizar, um pouco pelo menos, este trânsito louco que vigora pelas ruas.

Mulher para na faixa, pois respeita os pedestres, sabe que entre eles há idosos e crianças. Seu coração materno seria incapaz de fazer mal a alguém. Esse ato é sinal de consideração e amor ao próximo e, muito mais que o homem, ela sabe cultivar essas palavras. Parar na faixa é lindo, e toda vez que isso acontece é como se ela compusesse mais um verso de seu interminável poema que ensina a todos uma boa maneira de viver.

Dificilmente se vê por aí uma mulher em alta velocidade, cantando pneus, fazendo das ruas pistas de corrida. Não há notícias de um condutor feminino passar com o som do carro acima do recomendado e ainda não foi registrada a ocorrência de uma mulher atravessando o sinal vermelho. Com certeza, ninguém pegou em flagrante uma senhora dirigindo com a latinha de cerveja na mão esquerda. Tem mais: dama só usa buzina em caso de extrema necessidade. Às vezes, por descuido, uma pequena mensagem é passada pelo WhatsApp, mas ninguém é perfeito.

Posso afirmar, sem margem de erro, que nas constantes brigas de trânsito não há mulher envolvida; que sua atenção ao volante é maior, pois é capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo; que inúmeros amigos meus preferem as esposas dirigindo por eles, principalmente quando se deslocam para um centro maior. Posso afirmar que são homens os responsáveis por esta correria, estes abusos automobilísticos que acontecem por aí.

Claro, também há mulheres inexperientes no trânsito, como há homens que nem deveriam tocar no volante. O que não se pode é generalizar. É necessário, na verdade, fazer justiça e coube a mim esta tarefa: as mulheres dirigem bem, quem sabe até melhor que os homens.

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