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Miguel Patrício -

O rombo dos pequenos gastos

Você já observou que o seu salário, grande ou pequeno, some rapidamente do seu bolso como num passe de mágica? Já na primeira semana após o recebimento você fica quase sem dinheiro e passa o restante do mês em dificuldades. Não é assim? Obviamente há inúmeras contas a pagar, muitas dívidas a saldar: o aluguel da casa em alguns casos, o supermercado, a mensalidade da escola, o abastecimento do carro, a prestação da loja... No entanto, boa parte do seu rendimento mensal se evapora sem que você note, sem usar cheques, cartões, sem assinar duplicatas ou promissórias. Estou falando dos gastos menores que, à primeira vista, parecem insignificantes, mas não são.

Dia a dia aparecem tantos motivos para que você coloque a mão no bolso em busca de uma nota de valor menor ou mesmo uma moeda, que nem dá para contar. A gorjeta no estacionamento, o troco das crianças, a aposta na loteria, o sorvete do dia quente, o corte de cabelo, a rifa para ajudar um amigo, o dízimo da igreja, a lâmpada queimada, o cafezinho da tarde, o pedaço da gravata na festa do casamento e por aí afora. Um real aqui, dois ali, cinco para cá, dez acolá e o que lhe resta das despesas maiores vai acabando, acabando até você se dar conta de que a carteira está vazia. É o efeito mensal do rombo dos pequenos gastos.

O problema é que ninguém faz a contabilidade desses valores diminutos e assim não percebe que a soma deles no final do mês é significativa e que, quase sempre, causa descontrole nas finanças. Alguns dispêndios são necessários e não podem ser evitados, mas a maior parte deveria ser analisada com mais cautela para saber se realmente vale a pena. Não é o caso de se abster de um desejo, de um prazer, ou de se tornar um avarento qualquer, mas trata-se de ser mais cuidadoso com as despesas, de esticar o máximo possível os dias úteis de seus vencimentos, evitando dificuldades frequentes e desnecessárias. Além disso, esse controle certamente lhe daria, em pouco tempo, condições financeiras para realizar aquele sonho tão desejado ou fazer aquela viagem sempre adiada.

Aqui vai o alerta: esteja atento com despesas miúdas que podem ser adiadas ou suprimidas. Elas se multiplicam feito caramujos no fundo do quintal e esvaziam seu bolso antes do tempo previsto. Procure se livrar dos vendedores que frequentemente aparecem em sua porta; as coisas boas normalmente não chegam a domicílio. Observe melhor as necessidades de um pedinte; saiba realmente qual o verdadeiro destino de seu donativo. Nas ruas, analise sua necessidade; não compre apenas para aproveitar a liquidação. Valorize o pouco que ele se torna muito. Tenha cuidado, de hoje em diante, com o rombo dos pequenos gastos.

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