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Polícia conclui pelo indiciamento de PMs

Polícia conclui pelo indiciamento de PMs


Na última quarta-feira (20), na sede da Polícia Civil no Sul do Estado (6ª Regional, Itumbiara), foi concedida entrevista coletiva a respeito da conclusão do inquérito policial referente a morte do cantor sertanejo  Boni Junior, ocorrida em 28 de outubro de 2012, caso que estava sendo investigado pela Delegacia de Polícia de Goiatuba, com apoio da Delegacia Regional em Itumbiara.

Os Delegados de Polícia Ricardo Chueire (Delegado Regional) e Gustavo Carlos Ferreira (Delegacia de Goiatuba), que estiveram a frente do caso decidiram e fundamentaram pelo indiciamento dos Policiais Militares que participaram da ação, sendo um soldado e um cabo integrantes do GPT(Grupo de Patrulhamento Tático) da PM de Goiatuba e um sargento e um soldado da PM da vizinha cidade Panamá.

Os dois Militares de Goiatuba responderão perante a Justiça Criminal pelos crimes de  homicídio e fraude processual, sendo que os Militares de Panamá responderão apenas por fraude processual, pois chegaram depois na “cena do crime”, com Boni Júnior já morto e ajudaram seus colegas de Goiatuba a forjar o falso confronto para justificar o assassinato da vítima.

Segundo os delegados, durante as investigações ficou provado em duas ocasiões que o confronto foi forjado, a primeira delas em razão do Laudo da Polícia Técnico Científica, que analisou o local do crime momentos após o assassinato do cantor, e que já mostrava total impossibilidade física do confronto ter ocorrido, o que para a Polícia Civil prova que os próprios militares teriam plantado a arma na cena do crime como sendo ela pertencente ao cantor e ainda atiraram com tal arma contra as próprias viaturas para forjar o confronto e justificar a morte de um homem desarmado.

Os delegados sustentam que a segunda comprovação se deu com a realização de reconstituição com base na versão dos Militares, a realização de tal perícia só veio confirmar que seria fisicamente impossível Boni Júnior ter atirado contra os Militares e suas viaturas; segundo eles, ambas as perícias mostram o ângulo dos disparos que atingiram as duas viaturas, o que mostrou que um indivíduo sentado e dirigindo em alta velocidade não teria posicionamento para acertar os dois carros ocupados pelos policiais e que na verdade quem teria atirado contra as viaturas estava em pé e próximo a elas.

O inquérito ainda delimitou perfeitamente quem foram os PMS atiradores, ou seja, os dois membros do GPT de Goiatuba, que após a morte de Boni, foram ajudados pelos Militares de Panamá que chegaram ao local minutos depois a forjar a cena, uma vez que estes já vinham em perseguição a Boni desde Panamá, onde a suposta confusão começou (Boni teria dado um cavalo de pau).

Ainda foi realizada a exumação do corpo do cantor, porém, a mesma restou inconclusiva, uma vez que o projétil extraído do corpo se apresentava muito danificado e somente seu núcleo e tal parte da munição não tem raiamento, situação que impossibilita comparação com as armas apreendidas e fornecidas pela PM de Goiatuba, cujo Comando colaborou totalmente com a investigação desde seu início.

O próximo passo dos delegados foi remeter o inquérito ao Poder Judiciário de Goiatuba, onde foi devidamente relatado e o caso segue para denúncia do Ministério Público e formação do Processo Penal, sendo que os polícias militares envolvidos poderão ter que enfrentar o Tribunal do Júri de Goiatuba, conforme argumentaram os delegados. Uma cópia integral do inquérito foi encaminhada para a Corregedoria da Polícia Militar em Goiânia, onde já existe procedimento administrativo instaurado para apurar a responsabilidade dos Militares.



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